O Brasil enfrentará uma nova onda de calor no início de setembro, com previsão de temperaturas acima da média e poucas chuvas, causadas por um forte bloqueio atmosférico. Esse fenômeno pode elevar a temperatura em até 5ºC em alguns estados, em comparação com as médias históricas.
O calor excessivo requer cuidados redobrados com a saúde, de acordo com o médico neurologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Guilherme Olival. “Temos um termômetro bem no meio do cérebro, na região do hipotálamo, que determina a temperatura ideal para o organismo, garantindo que as reações químicas e biológicas aconteçam de forma eficiente. Essa regulação depende muito da hidratação e, por isso, ela é o cuidado número um nos dias de calor”, aponta o especialista.
As altas temperaturas afetam de forma mais intensa os grupos vulneráveis, como idosos e crianças, que têm uma quantidade de água menor e um hipotálamo mais desregulado. Pessoas com doenças como diabetes, pressão alta, cardíacos e com condições cérebro-vasculares também são mais suscetíveis.
Outro grupo bastante exposto são os trabalhadores que realizam atividades manuais ao ar livre. A desidratação pode evoluir para uma insolação, e se inicia com sintomas como sede excessiva, tontura, fraqueza, podendo gerar até mesmo confusão mental, taquicardia, desmaios e, em casos graves, acidentes vasculares cerebrais (AVC) e falência múltipla dos órgãos. Outros efeitoscomuns são irritabilidade, distúrbios do sono, sensação de cansaço e queda na produtividade.
Entre as principais recomendações do médico, estão “a manutenção do resfriamento do corpo por meio da hidratação, bem como o uso de roupas leves durante a noite e o aproveitamento de recursos como ar-condicionado e ventiladores. O banho frio continua sendo uma alternativa rápida e eficiente, assim como o consumo de água gelada, que resfria o corpo de dentro para fora”, esclarece Olival. O médico ainda destaca uma novidade:aparelhos de ar-condicionado portáteis, que são colocados dentro da roupa e usados por pacientes com doenças como esclerose múltipla, que sofrem bastante com a fadiga em dias muito quentes.
“Uma alimentação saudável, atividades físicas mais leves e realizadas fora dos picos de calor, além de práticas como meditação e ioga também ajudam a reduzir o desconforto”, conclui o especialista.